6/04/2004

PROJECTO DE
MEMÓRIA DESCRITIVA




PROJECTO DUM TRABALHO DE INTERVENÇÃO CROMÁTICA / VISUAL EM GRUPO,
SOBRE UM LUGAR DA SEDE DA S.N.B.A.

















1 – OBJECTIVO DA INTERVENÇÃO

Pretende-se a elaboração dum projecto de intervenção cromática / visual sobre um lugar, à escolha do grupo de trabalho, no interior da sede da SNBA, de acordo com os seguintes condicionantes:

 O lugar elegido deve ser normalmente acessível a quem visita a sede;
 A intervenção deve integrar-se na característica do lugar e ser simbiótica com o espaço.
 Não é permitido alterar a funcionalidade do lugar escolhido;
 Não se pode danificar ou modificar paredes, tectos, portas, mobiliário, etc.;
 A intervenção é temporária e deverá estar exposta desde o fim das aulas até ao início do próximo ano lectivo;
 O projecto de solução deverá ser criado pelo grupo que o deverá apresentar devidamente informado;
 O projecto deverá ser aprovado pelo corpo docente e posteriormente pela Direcção da SNBA;
 O projecto deverá ser executado pelos alunos e desmontado pelo pessoal da SNBA;
 São aceitáveis projectos que não possam ser executados, devido ao seu elevado custo ou porque exijam condicionalismos que não possam ser disponibilizados pela SNBA;


2 - SOLUÇÃO APRESENTADA

Após a análise de várias hipóteses de solução o grupo de trabalho decidiu-se responder à proposta de intervenção acima definida com o seguinte projecto:
PROJECTO ESCADAS

Caracteriza-se pela intervenção nas escadas de acesso ao primeiro andar, do lado direito, de acordo com as características que a seguir se explicitam:

 1 - RAZÕES DA ESCOLHA:
- Atendendo a que a SNBA foca a sua actividade na pintura e somos alunos dum curso de pintura, pretende-se salientar e usar ou simular os materiais que a nosso ver mais nos identifica, as TELAS, as TINTAS e os PINCÉIS.
- As ESCADAS podem ser associadas a uma representação duma subida na aquisição do conhecimento;
- Trata-se dum espaço central e muito concorrido;
- As escadas dão acesso às salas do 1º andar (exposições, aulas e conferências);
- É ainda um lugar bem visível por quem entre no salão nobre de exposições, no rés do chão, ou se dirige às salas de aulas na cave, ou aos sanitários;
- Há muitas pessoas a passarem no local, representadas por professores, alunos, sócios, funcionários e público em geral;
- O espaço fica com um maior valor cromático, luminoso e apelativo;
- É uma intervenção simbiótica com o lugar;

 2 - CARACTERÍSTICAS DO LOCAL:
- Luminosidade: O espaço tem luz natural insuficiente para uma exposição, mas suficiente para a funcionalidade do lugar. Esta luz provém da porta da rua situada do outro lado do hall e duma janela em vitral no cimo de cada primeiro lance, das duas escadas, esquerda e direita. A luz artificial provém de vários pontos de luz existentes no tecto. No conjunto parece-nos que embora a luminosidade não seja a ideal, se pode considerar como normal para o local e aceitável para a intervenção proposta;
- Cromatismo: Predomina o castanho escuro. Todos os elementos da escada e do chão são desta cor, variando de tom de acordo com a luz que sobre eles incide. As paredes são amarelo ocre o que ajuda a acentuar o tom castanho do local. A zona proposta de intervenção localiza-se na parte mais escura do lugar e com ela pretende-se torná-lo mais claro. Apenas os vitrais acima referidos introduzem alguma diversidade, embora reduzida, no cromatismo predominante;
- Formas: As superfícies rectangulares, compridas e estreitas e na sua maioria horizontais, representam as formas dominantes;
- Materiais: A madeira é o único material de construção do chão e das escadas e ocupa a parte central do espaço de observação. Em zonas marginais há a alvenaria das paredes e o vidro das janelas ;
- Espaço: O projecto foi pensado em função do espaço existente;
- Danos: Não se prevêem danos nas escadas, paredes, chão, tecto, ou qualquer móvel ou construção existente;
- Condicionalismos: Não se prevêem quaisquer condicionalismos para a sua execução;
- Funcionalidade: Não há interferência com a funcionalidade do lugar, ou do mobiliário.

 3 - INTERVENÇÃO:
O trabalho a executar constará duma intervenção cromática / visual com as seguintes características:
- Espaço da actuação: Na escada de acesso ao primeiro andar, do lado direito, no espaço vertical definido pelos espelhos dos degraus da parte da frente no primeiro lance e na parte de trás dos mesmos no segundo lance;
- Material base: Tiras de papel de cenário cobrindo placas de MDF, do tamanho dos espelhos, simulando telas vistas de lado;
- Disposição cromática: As telas simuladas serão pintadas a acrílico a partir dum dos lados horizontais, com várias cores, e uma altura variando entre 1,5 a 10cm (10 a 80% da altura dos espelhos), de forma não uniforme, simulando as manchas de tinta que se formam na parte lateral do engradado das telas, quando estas são pintadas. O lado origem da pintura poderá ser o superior ou o inferior;
- A parte restante da tela ficará em branco;
- As telas serão coladas à madeira por fita cola com aderência nas duas faces;
- Os agrafos e taxas do engradado das telas verdadeiras são simulados e colocados sem agressão à escada. Os agrafos colocados na horizontal ou em posição obliqua, são feitos com recurso a tiras de folha de alumínio, que furam as telas e são dobradas para a parte de trás e para dentro destas. As taxas feitas com recurso a anilhas com o centro cheio com círculos de tela colados, para criar altura e o conjunto pintado de cor de alumínio.

 4 - MATERIAIS:
São precisos os seguintes materiais:
- Réguas de MDF de 3mm do tamanho dos espelhos (12 de 114x12 cm; 1 de 132x12 cm; 9 de 97,5x12 cm e 1 de 143x12 cm)
- Tiras de papel de cenário do tamanho das réguas de MDF mais cerca de 5 cm, de cada lado, para dobras;
- Fita cola de 2 faces;
- Tinta acrílica de diversas cores;
- Pincéis;
- Tiras de folha de alumínio com cerca de 5 mm de largura e 15 cm de comprimento;
- Anilhas com 3 cm de diâmetro;
- Pedaços de tela;
- Cola UHU.

 5 - EXECUÇÃO:
A - Tarefas executadas até à escolha precisa do local de implementação do projecto:
- O Grupo 1 começou por fazer um brain storming procurando obter ideias que pudessem responder ao objectivo enunciado;
- Das ideias surgidas seleccionámos algumas que foram apresentadas ao professor da turma.
- Após troca de impressões foi seleccionado o projecto ESCADAS e abandonadas as restantes ideias;
- Com este projecto em mente fizemos uma fotografia digital da escada que foi introduzida no computador e sobre a qual foram feitas várias simulações, combinando diversas hipóteses de alinhamento e disposição das telas, com sobreposição ou não dum texto burlesco ou sério;
- Apresentadas na aula as diversas hipóteses de trabalho, foi unanimemente escolhido pelo professor e pelo grupo, o projecto que ora se apresenta.

B - Tarefas de concretização do projecto escolhido, de que se apresentam várias fotografias em anexo:
- Pedido de autorização para simulação do projecto nas escadas, que foi concedido;
- Medição dos espelhos dos degraus e constatação das diferenças existentes;
- Mandar cortar placas de MDF com as dimensões dos espelhos;
- Cortar tiras de papel de cenário um pouco maiores do que as placas de MDF acima referidas;
- Cortar tiras de alumínio para simular os agrafos das telas;
- Furar algumas das tiras de tela, passar as pontas das tiras de alumínio, na horizontal ou obliquamente, para a parte de trás das telas e dobrar aquelas para dentro;
- Assentar as tiras de papel de cenário sobre as placas de MDF, dobrar aquelas e colá-las na parte de trás;
- Simular, em separado, as dobras dos cantos das telas e colá-los nos extremos das placas;
- Martelar as anilhas para as tornar direitas e lavá-las. Eram material recuperado de anilhas de fixação de placas onduladas, de fibra, servindo de telhado a um viveiro de pássaros, demolido;
- Colagem das anilhas sobre a tela, preenchendo o centro daquelas, com colagem de pequenas rodelas de tela verdadeira, obtidas furando pedaços desta com um furador de arquivo;
- Pintura com tinta de alumínio do conjunto das anilhas para simular as taxas que prendem as telas à armação;
- Pintura das telas, com tinta acrílica de várias cores, a partir dum dos lados horizontais;
- Colocação, de algumas, das telas pintadas na escada;
- Verificação da concordância das medidas das telas com as dos espelhos da escada;
- Correcção de algumas das placas por os espelhos não estarem à esquadria;
- Descolar o papel de cenário do MDF, corrigir este e voltar a colá-lo;
- Colagem final de todas as telas simuladas;

3 – GRUPO DE TRABALHO

O Grupo 1 da turma A do 2º ano do curso de Pintura da SNBA, sob orientação do professor pintor Paiva Raposo é constituído pelos seguintes alunos:
- O. Manuela Victorino;
- Adelaide Brandão;
- Leonor Travassos Nascimento;
- Edite Estrela;
- Maria do Carmo Wernli;
- Fernando Perdigão;
- Joaquim Zeferino;
- Carlos Sales Entrezede.

4 – ANEXOS

Em anexo são apresentadas várias fotografias, focando as escadas antes da intervenção, várias fases da execução da tarefa e teste de implementação.

Foto nº Título
1 Escada existente
2 Medindo os espelhos
3 Medidas para as placas
4 Colagem
5 Dobragem do papel
6 Preparação das réguas
7 Verificação das réguas
8 Pintar as taxas
9 Pôr os agrafos
10 Teste de pintura
11 Teste à pintura
12 Pintura
13 Escada com simulação do projecto