Grupo 5
Local de intervenção em estudo: banco existente no átrio de entrada, situado sob a janela.
Foram as características do local que, num primeiro momento, mobilizaram a nossa reflexão. Por um lado, interessou-nos o facto de se tratar de uma zona de abrandamento inserida num contexto de passagem/distribuição para outras áreas do edifício. Esse abrandamento, por sua vez, convida à observação (por parte de quem se senta no referido banco) dos que se movem naquele espaço. Promovendo estados de espera, de recolhimento, de silêncio, de repouso, este espaço recoloca o passante agora sentado num outro plano da acção.
Pensando, pois, nesta dicotomia movimento/pausa e no modo como contribui para a identificação de uma dinâmica observador/observado (sempre fluida e reversível, é certo), propõe-se uma tentativa de inversão do sentido desta mesma relação, a saber: transformar o sujeito observador em objecto de observação.
E se partimos da assunção de que é o espaço um dos configuradores desta relação (observador/observado), será pela alteração das características do próprio espaço que a mesma se transformará.
A concretização de tal intenção passaria pela instalação de uma moldura de grandes proporções (as medidas e materiais serão especificados numa fase seguinte) em torno do banco (emoldurando-o), sem comprometer a sua funcionalidade.
Espera-se que o banco continue sendo um banco.
Espera-se que os frequentadores do átrio continuem a sentar-se nele.
Mas espera-se que os passantes tomem consciência da existência do banco.
Chegados a este ponto, parece-nos que uma outra questão surge (talvez até mais releva nte), e que se prende com o fenómeno da nomeação, esse processo que resgata o objecto da sua (in)visibilidade prosaica e o devolve a uma visibilidade no imaginário (não sei se a questão se pode apresentar nestes termos).
Interrogamo-nos, a propósito desta intervenção: estaremos, na realidade, a acrescentar alguma coisa ao espaço (e seus intervenientes) de que ele não dispônha à partida?
Será que falta alguma coisa ao mundo para se tornar quadro?
Ou o que se modifica é a predisposição do olhar?
Será a circunstância condição imprescindível para a contemplação distanciada do mundo? Para a visibilidade dos seres e das formas?
Local de intervenção em estudo: banco existente no átrio de entrada, situado sob a janela.
Foram as características do local que, num primeiro momento, mobilizaram a nossa reflexão. Por um lado, interessou-nos o facto de se tratar de uma zona de abrandamento inserida num contexto de passagem/distribuição para outras áreas do edifício. Esse abrandamento, por sua vez, convida à observação (por parte de quem se senta no referido banco) dos que se movem naquele espaço. Promovendo estados de espera, de recolhimento, de silêncio, de repouso, este espaço recoloca o passante agora sentado num outro plano da acção.
Pensando, pois, nesta dicotomia movimento/pausa e no modo como contribui para a identificação de uma dinâmica observador/observado (sempre fluida e reversível, é certo), propõe-se uma tentativa de inversão do sentido desta mesma relação, a saber: transformar o sujeito observador em objecto de observação.
E se partimos da assunção de que é o espaço um dos configuradores desta relação (observador/observado), será pela alteração das características do próprio espaço que a mesma se transformará.
A concretização de tal intenção passaria pela instalação de uma moldura de grandes proporções (as medidas e materiais serão especificados numa fase seguinte) em torno do banco (emoldurando-o), sem comprometer a sua funcionalidade.
Espera-se que o banco continue sendo um banco.
Espera-se que os frequentadores do átrio continuem a sentar-se nele.
Mas espera-se que os passantes tomem consciência da existência do banco.
Chegados a este ponto, parece-nos que uma outra questão surge (talvez até mais releva nte), e que se prende com o fenómeno da nomeação, esse processo que resgata o objecto da sua (in)visibilidade prosaica e o devolve a uma visibilidade no imaginário (não sei se a questão se pode apresentar nestes termos).
Interrogamo-nos, a propósito desta intervenção: estaremos, na realidade, a acrescentar alguma coisa ao espaço (e seus intervenientes) de que ele não dispônha à partida?
Será que falta alguma coisa ao mundo para se tornar quadro?
Ou o que se modifica é a predisposição do olhar?
Será a circunstância condição imprescindível para a contemplação distanciada do mundo? Para a visibilidade dos seres e das formas?
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