6/11/2006

GRUPO 6

Projecto 1 – “Silhuetas”

1. Síntese do enquadramento

2. Síntese do lugar
a. Identificação
b. Razão de escolha
c. Caracterização
d. Iluminação
e. Mobiliário e Decoração
f. Materiais, Cor e Formas

3. Proposta de intervenção
a. Objectivo
b. Fundamentação
c. Execução
i. Suporte
ii. Cores
iii. Fixação
iv. Materiais a utilizar
v. Recursos
vi. Custos
vii. Prazo

4. Equipa

5. Fotografias (Montagem)


1. Síntese do enquadramento

As condições pragmáticas indicadas para os projectos foram claras na necessidade de manter a funcionalidade, não danificar, não alterar a estrutura, e nos circunscrevermos a espaços incaracterísticos, não-identitários.


2. Síntese do lugar

a. Identificação

Átrio de entrada da Sociedade Nacional de Belas Artes, escadas e área de acesso ao Salão de Exposições

b. Razão de escolha

Estamos perante um lugar público, onde se cruzam diariamente centenas de pessoas diferentes. Edifício quase centenário, de aparência majestosa e fria, contém uma série de referências a personalidades de relevo para a Sociedade, embora dificilmente identificáveis para quem por lá passa.

c. Caracterização

O átrio da SNBA é de formato rectangular, com aproximadamente 70m2 e um volume de cerca de 350m3 (10x7x5m)
As suas paredes são feitas de alvenaria e pintadas de cor rosa claro com cantarias em mármore bojardado.
A parede de entrada (lado sul) possui cerca de 50m2; tem um portão rectangular em ferro e vidro, com armadura em ferro, folha inferior e caixilho pintado de verde na parte de fóra e branco por dentro, composto por 4 partes; é encimado por uma janela em arco abatido e duas janelas rectangulares em vidro, também com armadura em ferro e igualmente encimadas por janelas em arco abatido.
As paredes laterais (este/oeste), têm cada uma cerca de 70m2 de superfície e duas portas de madeira pintadas a branco, a que se acede por dois degraus.
Existe, ainda, uma parede que delimita o corredor de acesso ao Salão de Exposições e Átrio (lado norte), com duas superfícies vazadas de forma rectangular, que ladeiam o arco que dá acesso ao corredor com escadaria composta por quatro degraus.
O tecto encontra-se pintado de branco.
O chão é de mármore polido em tons de cinzento, rosa e castanho com um desenho central em xadrez diagonal.

d. Iluminação

A iluminação do Átrio é feita, fundamentalmente, através de duas fontes de luz, uma natural – proveniente (a sul) das janelas e portão vidrados, num total de cerca de 9m2, e outra artificial, ou seja, eléctrica, resultante de 14 pontos de luz instalados no tecto.

e. Mobiliário e Decoração

Tal como o próprio edifício, a decoração é bastante sóbria. Do lado esquerdo do Átrio existe uma mesa de madeira, dois escaparates com informação, e uma coluna informativa. Do lado direito, encontramos uma estátua. Existem, ainda, 1 banco de madeira forrado a napa branca encostado à parede norte e um banco de madeira pintado a branco encostado à parede norte sul.
Em termos de decoração, podem encontrar-se dois bustos em bronze sobre pilares de mármore bujardado cinzento, que estão colocados em cada um dos espaços vazados da parede do topo norte. Entre o falso lintel em cantaria de mármore bujardado e a sanca do tecto das quatro paredes do Átrio encontramos doze altos-relevos circulares em bronze sobre uma base quadrada em mármore castanho rosado, representando várias personalidades de relevo para a SNBA.

f. Materiais, Cor e Formas

Os materiais intervenientes no espaço são a alvenaria, mármore, madeira, vidro, ferro e bronze.
No Átrio, a cor predominante é o rosa claro das paredes, seguido do cinzento claro das cantarias de mármore, o branco do tecto e das portas de madeira pintadas e da estatuária, existindo ainda alguns apontamentos de castanho e castanho rosado, cinzento escuro, bronze e verde escuro.
Para além dos arcos abatidos sobre as janelas e portão e dos círculos de altos-relevos em bronze, já anteriormente referidos, existem ainda rectas paralelas e perpendiculares, quadrados e rectângulos (ex: no chão).


3. Proposta de intervenção

a. Objectivo

Pretendemos que o nosso projecto transforme o Átrio num local, não só de passagem (entre lugares), mas num espaço que motive as pessoas para redescobrir o tempo e demorar o olhar. Povoamo-lo com anacronismos inesperados, figuras de outra natureza, de outros lugares, num cultivar de situações de nonsense.
Ao “povoar” este espaço de silhuetas representativas de poses de dança, cuja existência nada tem a ver com o quotidiano desta escola, pretendemos interagir com os que passam, criar uma dimensão diferente que convide a estar, a fruir o que é oferecido, a olhar o espaço com outros olhos, numa atitude libertadora e estimulante. Escolheram-se silhuetas que representam uma cultura de rua, de ruptura com a dança tradicional (representada, em contraste, por uma das figuras), de juventude suburbana, provocatória em si mesma e invadindo um espaço clássico com a sua alacridade.


b. Fundamentação

Marc Augé, no seu livro, “ Non Places – Introduction to an anthropology of supermodernity”, defende que a supermodernidade cria não-espaços. “A principal característica da supermodernidade é o excesso, pelo que os não-espaços serão porventura resultados subsidiários de excesso de tempo, de espaço e de ego. Assim, a supermodernidade seria criada pela lógica do excesso.”
Nos lugares de passagem, que servem o propósito simples de conduzirem a outros, esses identitários, pessoas passam, solitárias, sem a eles associarem nada, nem se encontrarem: ‘… a communication so peculiar that it often puts the individual in contact only with another image of himself.’ É referência recorrente, dos diferentes autores, o eterno caminhar por não-lugares do filme Paris-Texas, numa solidão sem fim, numa paisagem de auto-estradas desoladas.
Vários artistas têm procurado intervir nestes espaços sem identidade, como estações de metro, aeroportos, passagens subterrâneas, contribuindo para a mudança de uma paisagem humana anódina, sem rosto nem nome.

c. Execução

i. Suporte

Cinco silhuetas humanas em movimento em tamanho natural (estimado entre 1,75m e 1,80m), recortados em painéis de MDF, com 3 mm de espessura, pintados.

ii. Cores

Cada silhueta será pintada numa cor sólida, vibrante: Rosa Choque, Verde Limão, Laranja Vivo, Azul Turquesa e Roxo Escuro.
Como alternativa, se existir outro projecto a instalar no Átrio que seja igualmente aprovado e que seja composto de várias cores, para que não exista colisão de cores, as nossas silhuetas poderão ser em cor preta ou chumbo

iii. Fixação

As silhuetas serão colocadas no chão sem qualquer tipo de fixação ao mesmo. Terão uma base em madeira, que poderá ter uma espessura diferente para lhe dar maior estabilidade, podendo ainda ser revestidas a chumbo em grão. As bases serão sempre pintadas da mesma cor da silhueta.

iv. Materiais a utilizar

Painéis de madeira (MDF) com 3 mm espessura
Sprays de tinta de cores diversas
Cola branca para madeira
Chumbo em grão
Lixa
Poleias de suporte
Fotocópias ampliadas


v. Recursos

Serração de madeiras para recorte das figuras
Espaço cedido para montagem do trabalho
Colaboração de cônjuges na montagem das silhuetas


vi. Custos estimados

Madeira MDF 3 mm
5 placas – 2,44m x 1,22m (€ 12,50/unid) € 62,50

Madeira MDF 5mm
1 placa – 2,44m x 1,22m € 20,00

Latas de tinta em spray (aprox € 7,00/unid) € 35,00

Material de fixação e acabamento (vários) € 30,00

Cola branca para madeira € 10,00

Fotocópias ampliadas (aprox. €10,00/unid) € 50,00

Plástico € 5,00

TOTAL € 212,50


vii. Prazo

O prazo para a realização deste projecto é de 3 semanas.


4. Equipa

A Equipa responsável por este projecto, sob a orientação do Prof. Pintor Paiva Raposo, é constituída por:

Luísa Alves
Natália Azevedo
Teresa Peres
Rosana Jorge
Cecília Duarte Moura
Albertina Flores


5. Fotografias (Montagem)