6/14/2006

Grupo 1

Adosinda Torgal

Eduarda Azevedo

Isabel Sousa

Manuel Alexandrino

Maria João Azevedo

Rita Teixeira

MEMÓRIA DESCRITIVA




1. INTRODUÇÃO



2. OBJECTIVO DO TRABALHO



3. FORMULAÇÃO DO TRABALHO


3.1. ESCOLHA ESPAÇOS / PERSONAGENS DA B.D.

3.2. EXECUÇÃO DO TRABALHO



4. RECONHECIMENTO DE UMA ARTE


4.1. O QUE É A “ARTE SEQUENCIAL “

4.2. DENOMINAÇÕES

4.3. BREVE PANORAMA HISTÓRICO

4.4. LINGUAGEM CARACTERÍSTICA



1. INTRODUÇÃO


O presente trabalho formula as várias etapas de um projecto de intervenção que o Grupo 1 se propõe concretizar: integração de algumas personagens da “ARTE SEQUENCIAL” ( BD) em espaços da SNBA.
As personagens seleccionadas, retiradas das respectivas BD’s, transportam em si uma carga simbólica de humor e fantasia que se pretende explorar em novos contextos.


2. OBJECTIVO DO TRABALHO


A intervenção no átrio do SNBA tem como objectivo provocar uma reacção nos frequentadores deste espaço.
Para isso, utiliza-se este átrio marcadamente severo e convencional, onde se conjugam mármores, granitos e medalhões de bronze com a escultura clássica de Vénus, povoando-o com figuras da 9ª arte dum passado recente, características do imaginário juvenil.
Esta confrontação entre figuras de épocas tão diferentes pretende, na sua deliberada sobreposição de referências, provocar uma reflexão sobre os padrões dominantes nesta Instituição de Arte.


3. FORMULAÇÃO DO TRABALHO

3.1. ESCOLHA DE ESPAÇOS / PERSONAGENS DA BD

A escolha dos espaços interage com a escolha das personagens da
BD: ao elegermos determinados espaços ( tendo em conta
luminosidade, escala e funcionalidade ), eles inspiram-nos a
selecção de certas personagens.
O primeiro espaço a referir é a zona da estátua que reproduz a
Vénus: Na base da figura, a “Minnie” reclinada em atitude
provocatória; ao lado, “Obelix” com um ar apaixonado. Pelas
dimensões e pela inserção das figuras neste espaço, procura-se uma
confrontação entre o espaço / átrio e a figura clássica de Vénus com
o humor e a fantasia que estas personagens inspiram. Continuando
na mesma linha de intervenção, o “Pato Donald” senta-se na
mesa da recepção, numa pose de mau humor e confrontação.
Segue-se, na escada de acesso ao salão, o Pateta, desastrado,
desequilibrando- se nos degraus.




3.2. EXECUÇÃO DO TRABALHO

- Impressão digital das personagens sobre vinil autocolante nos
formatos 1.50/0.65 e 0.80/0.35. Valores unitários: 45.00€ e 15.00€,
respectivamente.


- Contracolagem em PVC alveolar de 10mm recortado em fresa.
- Aplicação de pé de encosto duplo.

Nota: Foram consultadas seis empresas, tendo sido este orçamento
o que reuniu condições mais favoráveis



4. RECONHECIMENTO DE UMA ARTE


4.1. O QUE É “ ARTE SEQUENCIAL”

“Arte sequencial” é uma forma de arte que combina as possibilidades do texto e da imagem: a imaginação não conhece limites e a sua linguagem é compreendida por todos ao narrar histórias dos mais variados géneros e estilos.
É também referida como “ Nona Arte”.


4.2. DENOMINAÇÕES

A definição de “Arte Sequencial” engloba:
- “Banda Desenhada” (BD) em Portugal
- “História em Quadrinhos” (HQ) no Brasil
- “Comics” nos Estados Unidos
- “Bandes Dessinées” em França
- “Tebeos” (TBO) em Espanha
- “Historietas” na Argentina
- “Muñequitos” em Cuba
- “Mangás” no Japão


4.3. BREVE PANORAMA HISTÓRICO


Na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, a BD foi
primeiramente humorística, como se contar uma história por meio
do desenho implicasse o exagero e a sátira. Estes temas foram-se
diversificando pouco a pouco.
A sua história mais recente tem origem nas sátiras políticas,
publicadas em jornais europeus e norte-americanos, com
caricaturas acompanhadas de comentários ou pequenos diálogos
humorísticos entre as personagens retratadas. Este recurso daria
origem aos balões que indicam qual das personagens em cena está
a falar.
No Ocidente, a forma de publicação era basicamente em bandas.
Distribuidas por agências, essas bandas da década de 1920,
conquistaram a imaginação dos leitores do mundo inteiro e foram
adaptadas ao cinema.
Na década de 1930 começaram a ser coleccionadas em revistas,
originando os primeiros comic books. Surgiram então os estúdios
especializados na produção de histórias especificamente para a
página de revistas. A possibilidade de usar a página constituiu
um importante salto criativo.

Problemas sociais, política e sexo, ganham direito de cidadania na
BD, o que aumenta o seu público no momento em que a Nona
Arte é também culturalmente relegitimada.
Hoje em dia a BD é publicada nos media, imprensa e internet.



4.4. LINGUAGEM CARACTERÍSTICA


Para atingir os objectivos de acção dinâmica e humor
omnipresente, a linguagem recorre a elementos variados, além do
já citado balão:
sinais gráficos convencionados:
- As onomatopeias para a tradução de sons;
- pequenas estrelas sobre a cabeça do personagem, indicando dor
ou tortura;
- pequenos corações, sugerindo um estado de paixão;
- formato de balão a indicar o volume ou o tom da fala, a informar
que se trata de um pensamento.

Hergé (1907/1983), o criador do clássico por excelência da BD
europeia ( Spirou - 1938 e Tintin – 1946 ), preocupado com o rigor
e a fluidez, afirma que “ a grande dificuldade na BD é mostrar
exactamente o que é necessário e suficiente para a compreensão da
história: “nem a mais, nem a menos”(1).
Tal como a literatura, a BD é um produto de livraria, mas
proporciona aos leitores um prazer de natureza diferente, ao utilizar
outros meios paracontar uma história.

6/12/2006

Grupo 2

1. GRUPO DE TRABALHO
• Helena Sobral
• Eduarda Gonçalves
• Cristina Andrade
• João Paulo
• Manuela Martins
• Christine Araújo

2.CONCEITO
a. Objectivo do trabalho
Após demorada visita aos espaços existentes na SNBA, e atendendo às condições exigidas de não alteração da funcionalidade do lugar seleccionado, o Grupo decidiu optar por:
• Intervir num espaço público da SNBA que esteja ligado ao conceito de Não-Espaço. A nossa proposta será ocupar esse espaço, criando e emprestando a uma representação cromática a ilusão de um tema, provocando a ilusão do espectador;
• Valorizar o aspecto cromático e plástico desse espaço, dizendo coisas com a cor. A cor transmite prazer e é importante dar às pessoas a percepção desse prazer;
• Humanizar e sociabilizar o meio envolvente, criando laços mais profundos entre os indivíduos e esse espaço.

b. Memória descritiva e justificativa
Numa reflexão conjunta sobre a selecção de um espaço, optou-se pelo hall de entrada da SNBA, no lado esquerdo, por se considerar que esse espaço tem a característica marcante de ser FRIO E CINZENTO, e pouco ou nada convidativo à entrada/permanência de pessoas nesse mesmo local.
Consequentemente, concluiu-se ser importante e necessário conferir a tal espaço COR E VIDA, por forma a criar empatia com as pessoas, um certo prazer visual, que nelas promova sentimentos de conforto na sua permanência.
Em suma, pretende-se valorizar o espaço numa DIMENSÃO CROMÁTICA.
De forma a atingir essa valorização, o Grupo de Trabalho decidiu instalar um conjunto de vinte cilindros maleáveis, de várias cores, que ficará suspenso das calhas de iluminação do tecto, criando movimento.
O movimento, tanto forçado, como voluntário, cria mudança e resistência. A dinâmica da visão antepõe o movimento à forma. A nossa percepção é instável, altera-se com o UNIVERSO que nos rodeia.

3. MAQUETA





4. EXECUÇÃO DO PROJECTO

a. Materiais

• Cilindros de espuma multicolores
• Fio de pesca
• Anzóis
• Clips para fechar o fio de pesca


b. Orçamento

MateriaisCusto
UnitárioQCusto TotalCilindros
Fio de pesca
Anzóis
Clips
Total€ 5,00
€ 2,00
€ 1,00
€ 0,80
20

20
20€ 100,00
€ 2,00 € 20,00
€ 16,00
€ 138,00

c. Montagem
Cilindros de espuma de aproximadamente 1,60m de altura, nas cores primárias e complementares, suspensos das calhas de iluminação em linha e com alturas diferenciadas.

5. BIBLIOGRAFIA
• Art Now – Tashen (Vol. I e II)
• Minimal Art – Tashen
• Arco / 06 – Feira Internacional de Arte Contemporânea
• Guia da História de Arte Contemporânea – Editorial Presença

Grupo 5

3ª Proposta

Se os materiais que compõem o piso da Sociedade Nacional de Belas Artes exibissem, quais impressões, as marcas de passagem de todos aqueles que têm feito destas instalações uma parte integrante (mais ou menos pontual) dos seus percursos, teríamos uma infinidade de sinais por decifrar.

E se imaginarmos que a alguns desses sinais podem corresponder dinâmicas interessantes de descoberta e de criação artística, então este espaço pode ser entendido como um "lugar" com características especiais.

Pensou-se que seria interessante fazer referência a esta ideia de acumulação de registos de passagem. De que modo? Utilizando o fragmento de vestuário que mais directamente remete para o andamento, para o passo - os sapatos. Os sapatos aludiriam, não só, a uma noção de circulação que caracteriza todo o espaço da SNBA, como também à ideia de diversidade: de pessoas, de sensibilidades, de projectos artísticos divulgados.

A execução do projecto, apesar de ainda pouco elaborada, passaria pela fotografia e recorte de diversos pares de sapatos, em tamanho natural (?), a aplicar nas paredes, junto ao rodapé, em zona a definir (escadas?).

6/11/2006

Grupo 4

Intervenção em Não-lugares
1. Introdução
A exemplo de anos anteriores, aos alunos do 2º ano dos Cursos de Pintura do ano lectivo de 2005/06, levados a cabo na SNBA, foi proposto a realização de um trabalho final a realizar como tarefa de grupo. Para tal, foram organizados sete grupos, sendo o Grupo 4 composto pelos seguintes elementos:

o Ana Guerreiro
o Israel Cohen
o José Manuel Martins
o Luísa Cabrita
o Manuela Carreiro
o Marta Videira
o Victor Alexandre

2. Condicionantes

Os projectos de intervenção a propor, orientados para as instalações da SNBA, estão limitados pela impossibilidade de afectar a funcionalidade actual dos espaços objecto, bem como a sua presente estrutura arquitectónica.

Por outra lado, deverão remeter-se, em termos de localização concreta, às zonas que, mais acentuadamente, se caracterizem como indo ao encontro do conceito de “não-lugares”, de acordo com o pensamento do antropólogo Marc Augé, desenvolvido na “Introdução a uma Antropologia da Supermodernidade”.
3. Local de intervenção

Os locais de intervenção que se propõem são as portas das duas instalações sanitárias, situadas à esquerda (masculina) e à direita (feminina), passando do Hall para o salão de exposições principal, e na passagem para o piso inferior.




4. Descrição sumária da intervenção que se propõe

Em cada uma das portas, na sua parte superior, a alturas consideradas médias em termos do plano de visão, seria fixado, com bi-adesivo, um espelho triangular, sendo o da casa de banho feminina com um dos vértices virado para baixo e o da casa de banho masculina com um dos vértices virados para cima, sendo os dois espelhos iguais, isto é, com a mesma área.

Adicionalmente, em cada um dos espelhos seriam apostas horizontalmente, na parte mais larga, na parte superior no lado feminino e na parte inferior no lado masculino, uma frase em cada um deles. A concretização dessas frases encontra-se ainda em fase de proposta e discussão no seio do grupo de trabalho.
5.Fundamentos

Uma casa de banho pública é por excelência um não-lugar - espaço descaracterizado e despersonalizado, frequentado por seres anónimos – produto da contemporaneidade, sendo o contraponto extremo do lugar identitário, sendo por outro lado, um espaço onde avulta o factor isolamento. De modo geral, através dos não-lugares descortina-se um mundo provisório e efémero, comprometido com o transitório e a solidão, neste caso bem expressos.

O espelho é o produto acabado do objecto identitário por excelência, que introduz , por um lado, um factor decisivo de ruptura com os contíguos não-lugares, e por outro, uma interrogação, um mistério, que leva a inquirir ou questionar se não haverá algo do outro lado do mesmo.

Por outras palavras, a introdução do elemento espelho, justaposto à porta, produz uma ruptura momentânea com a referida despersonalização, conferindo a cada um que se olha uma identidade.

Um outro ponto de vista interessante é a desagregação das duas instalações em função do sexo, representando uma circunstância extrema e bem clara de especialização funcional e de convenção social que se aceita sem pensar nem reflectir, enquadrável no tema mais abrangente das relações entre os sexos opostos. Neste domínio, a posição dos espelhos, com o vértice para baixo e para cima, procura simbolizar a divisão dos espaços por géneros, respectivamente feminino e masculino.

A reflexão sobre o espelho é igualmente uma reflexão sobre o eu, num tempo em que, segundo Marc Augé, tudo é aceleração, no espaço, no tempo e no que se refere ao “eu”, que neste último aspecto se consubstancia num excesso de referências individuais. Assim, cada indivíduo "quer ser um mundo ele mesmo".

O espelho introduz, por um lado, uma ruptura com os não-lugares circudantes, mas por outro, uma paragem momentânea que conduz a uma certa introspecção, ou observação do “eu”.

6. Notas sobre a aceleração do “eu”

Ainda com base no pensamento de Marc Augé, tal como expresso nas suas intervenções e trabalhos, desenvolve-se um pouco mais a problemática da aceleração do eu, ou do excesso de referências individuais, que associada à aceleração no espaço e no tempo, consubstancia o conceito de sobremodernidade (ou supermodernidade?).

Assim, o status de sobremodernidade instalado, é caracterizado, i.a. pela superabundância de imagens, informações e sugestões, "servidas" sob a forma de "puzzle", expostas como que em enormes montras de imensas superfícies de consumo.

Se por um lado, e como mecanismo elementar de preservação do ego, tendem a levar ao esquecimento, por outro, dão a possibilidade de que cada um se "sirva" como lhe aprouver, ou como for capaz, reúna peças, as mais variadas, as encaixe ou tente encaixar umas nas outras, deixando ao critério puramente individual a elaboração de pontos de vista, de opiniões que embora subliminarmente induzidas, serão percebidas como pessoais.

Em muitos casos criam-se formas de efabulação, confabulação ou de ilusão que podem levar à individualização excessiva, à solidão, ou até ao isolamento absoluto e auto-exclusão, à recusa pura e simples do cara-a-cara ou do corpo-a-corpo.

Nestes casos dir-se-á que o estado patológico encontrou o seu habitat privilegiado, o seu meio de cultura favorito. Instalou-se o simulacro, a ficção substituiu a realidade, passou a não existir outra realidade que não a imagem.

"Tal como és, assim vês" - causa e efeito- o paradigma de um universo individual de degeneração e repúdio da realidade e abrigo na ficção pura - a criação e oferta, a quem queira, a título definitivo, da não-história individual.

A enorme aceleração dos ritmos impostos aos seres humanos nas duas a três décadas últimas, tão característica da sobremodernidade, causa, naturalmente, disfunções sociais, colectiva e individualmente.

O excesso de informação e de imagens, de solicitações visuais, auditivas e de uma maneira geral de todos os sentidos, a aceleração do tempo, a multiplicação e o aumento em superfície dos espaços anónimos e a proporcional redução dos espaços identitários geram uma óbvia falta de tempo de digestão.

A ocorrência da instalação mais ou menos rápida de sinais e sintomas de saturação e fadiga mental e física - irritabilidade, ansiedade e frustração, medo incontrolado ou até estados de pânico extremos, é inevitável.

A tendência será para o tratamento químico, aparentemente prático e fácil, com moléculas (ansiolíticos ou tranquilizantes, anti-depressivos ou outros) que pretendem actuar como "filtros" em relação a essa multiplicidade de potentes estímulos extremos.

Não raramente, com consequências mais graves, buscar-se-ão de maneira mais ou menos clandestina, outros tipos de "ajuda" química, de efeitos muito variados, mas sempre bem mais perniciosos e deletérios, pela provocação, a curto prazo, de elevados graus de dependência física e psicológica.
De qualquer modo, as verdadeiras causas permanecerão, ou aprofundar-se-ão, justamente porque a exposição continua a ser imediata e permanente, e as consequências facilmente previsíveis - aumento da solidão, do isolamento e da exclusão por um lado, grave morbilidade orgânica, por outro.

Paradoxalmente, uma pequena pitada de medo, bem doseada, situada justamente antes da "vertigem" é saudável e funciona como profilaxia dessa desmesurada aceleração do eu.

Só aqueles que não se dão tempo para pensar saudavelmente em si, nos que o rodeiam de maneira próxima e nos outros, são desprovidos de medo.

Todo o homem decente tem medo!

"Sou um homem decente. Tenho medo."
José Martí

06/06/2006
6. Memória descritiva

Em preparação.

GRUPO 6

Projecto 1 – “Silhuetas”

1. Síntese do enquadramento

2. Síntese do lugar
a. Identificação
b. Razão de escolha
c. Caracterização
d. Iluminação
e. Mobiliário e Decoração
f. Materiais, Cor e Formas

3. Proposta de intervenção
a. Objectivo
b. Fundamentação
c. Execução
i. Suporte
ii. Cores
iii. Fixação
iv. Materiais a utilizar
v. Recursos
vi. Custos
vii. Prazo

4. Equipa

5. Fotografias (Montagem)


1. Síntese do enquadramento

As condições pragmáticas indicadas para os projectos foram claras na necessidade de manter a funcionalidade, não danificar, não alterar a estrutura, e nos circunscrevermos a espaços incaracterísticos, não-identitários.


2. Síntese do lugar

a. Identificação

Átrio de entrada da Sociedade Nacional de Belas Artes, escadas e área de acesso ao Salão de Exposições

b. Razão de escolha

Estamos perante um lugar público, onde se cruzam diariamente centenas de pessoas diferentes. Edifício quase centenário, de aparência majestosa e fria, contém uma série de referências a personalidades de relevo para a Sociedade, embora dificilmente identificáveis para quem por lá passa.

c. Caracterização

O átrio da SNBA é de formato rectangular, com aproximadamente 70m2 e um volume de cerca de 350m3 (10x7x5m)
As suas paredes são feitas de alvenaria e pintadas de cor rosa claro com cantarias em mármore bojardado.
A parede de entrada (lado sul) possui cerca de 50m2; tem um portão rectangular em ferro e vidro, com armadura em ferro, folha inferior e caixilho pintado de verde na parte de fóra e branco por dentro, composto por 4 partes; é encimado por uma janela em arco abatido e duas janelas rectangulares em vidro, também com armadura em ferro e igualmente encimadas por janelas em arco abatido.
As paredes laterais (este/oeste), têm cada uma cerca de 70m2 de superfície e duas portas de madeira pintadas a branco, a que se acede por dois degraus.
Existe, ainda, uma parede que delimita o corredor de acesso ao Salão de Exposições e Átrio (lado norte), com duas superfícies vazadas de forma rectangular, que ladeiam o arco que dá acesso ao corredor com escadaria composta por quatro degraus.
O tecto encontra-se pintado de branco.
O chão é de mármore polido em tons de cinzento, rosa e castanho com um desenho central em xadrez diagonal.

d. Iluminação

A iluminação do Átrio é feita, fundamentalmente, através de duas fontes de luz, uma natural – proveniente (a sul) das janelas e portão vidrados, num total de cerca de 9m2, e outra artificial, ou seja, eléctrica, resultante de 14 pontos de luz instalados no tecto.

e. Mobiliário e Decoração

Tal como o próprio edifício, a decoração é bastante sóbria. Do lado esquerdo do Átrio existe uma mesa de madeira, dois escaparates com informação, e uma coluna informativa. Do lado direito, encontramos uma estátua. Existem, ainda, 1 banco de madeira forrado a napa branca encostado à parede norte e um banco de madeira pintado a branco encostado à parede norte sul.
Em termos de decoração, podem encontrar-se dois bustos em bronze sobre pilares de mármore bujardado cinzento, que estão colocados em cada um dos espaços vazados da parede do topo norte. Entre o falso lintel em cantaria de mármore bujardado e a sanca do tecto das quatro paredes do Átrio encontramos doze altos-relevos circulares em bronze sobre uma base quadrada em mármore castanho rosado, representando várias personalidades de relevo para a SNBA.

f. Materiais, Cor e Formas

Os materiais intervenientes no espaço são a alvenaria, mármore, madeira, vidro, ferro e bronze.
No Átrio, a cor predominante é o rosa claro das paredes, seguido do cinzento claro das cantarias de mármore, o branco do tecto e das portas de madeira pintadas e da estatuária, existindo ainda alguns apontamentos de castanho e castanho rosado, cinzento escuro, bronze e verde escuro.
Para além dos arcos abatidos sobre as janelas e portão e dos círculos de altos-relevos em bronze, já anteriormente referidos, existem ainda rectas paralelas e perpendiculares, quadrados e rectângulos (ex: no chão).


3. Proposta de intervenção

a. Objectivo

Pretendemos que o nosso projecto transforme o Átrio num local, não só de passagem (entre lugares), mas num espaço que motive as pessoas para redescobrir o tempo e demorar o olhar. Povoamo-lo com anacronismos inesperados, figuras de outra natureza, de outros lugares, num cultivar de situações de nonsense.
Ao “povoar” este espaço de silhuetas representativas de poses de dança, cuja existência nada tem a ver com o quotidiano desta escola, pretendemos interagir com os que passam, criar uma dimensão diferente que convide a estar, a fruir o que é oferecido, a olhar o espaço com outros olhos, numa atitude libertadora e estimulante. Escolheram-se silhuetas que representam uma cultura de rua, de ruptura com a dança tradicional (representada, em contraste, por uma das figuras), de juventude suburbana, provocatória em si mesma e invadindo um espaço clássico com a sua alacridade.


b. Fundamentação

Marc Augé, no seu livro, “ Non Places – Introduction to an anthropology of supermodernity”, defende que a supermodernidade cria não-espaços. “A principal característica da supermodernidade é o excesso, pelo que os não-espaços serão porventura resultados subsidiários de excesso de tempo, de espaço e de ego. Assim, a supermodernidade seria criada pela lógica do excesso.”
Nos lugares de passagem, que servem o propósito simples de conduzirem a outros, esses identitários, pessoas passam, solitárias, sem a eles associarem nada, nem se encontrarem: ‘… a communication so peculiar that it often puts the individual in contact only with another image of himself.’ É referência recorrente, dos diferentes autores, o eterno caminhar por não-lugares do filme Paris-Texas, numa solidão sem fim, numa paisagem de auto-estradas desoladas.
Vários artistas têm procurado intervir nestes espaços sem identidade, como estações de metro, aeroportos, passagens subterrâneas, contribuindo para a mudança de uma paisagem humana anódina, sem rosto nem nome.

c. Execução

i. Suporte

Cinco silhuetas humanas em movimento em tamanho natural (estimado entre 1,75m e 1,80m), recortados em painéis de MDF, com 3 mm de espessura, pintados.

ii. Cores

Cada silhueta será pintada numa cor sólida, vibrante: Rosa Choque, Verde Limão, Laranja Vivo, Azul Turquesa e Roxo Escuro.
Como alternativa, se existir outro projecto a instalar no Átrio que seja igualmente aprovado e que seja composto de várias cores, para que não exista colisão de cores, as nossas silhuetas poderão ser em cor preta ou chumbo

iii. Fixação

As silhuetas serão colocadas no chão sem qualquer tipo de fixação ao mesmo. Terão uma base em madeira, que poderá ter uma espessura diferente para lhe dar maior estabilidade, podendo ainda ser revestidas a chumbo em grão. As bases serão sempre pintadas da mesma cor da silhueta.

iv. Materiais a utilizar

Painéis de madeira (MDF) com 3 mm espessura
Sprays de tinta de cores diversas
Cola branca para madeira
Chumbo em grão
Lixa
Poleias de suporte
Fotocópias ampliadas


v. Recursos

Serração de madeiras para recorte das figuras
Espaço cedido para montagem do trabalho
Colaboração de cônjuges na montagem das silhuetas


vi. Custos estimados

Madeira MDF 3 mm
5 placas – 2,44m x 1,22m (€ 12,50/unid) € 62,50

Madeira MDF 5mm
1 placa – 2,44m x 1,22m € 20,00

Latas de tinta em spray (aprox € 7,00/unid) € 35,00

Material de fixação e acabamento (vários) € 30,00

Cola branca para madeira € 10,00

Fotocópias ampliadas (aprox. €10,00/unid) € 50,00

Plástico € 5,00

TOTAL € 212,50


vii. Prazo

O prazo para a realização deste projecto é de 3 semanas.


4. Equipa

A Equipa responsável por este projecto, sob a orientação do Prof. Pintor Paiva Raposo, é constituída por:

Luísa Alves
Natália Azevedo
Teresa Peres
Rosana Jorge
Cecília Duarte Moura
Albertina Flores


5. Fotografias (Montagem)






6/06/2006

Grupo 1

Imagens de apoio









6/02/2006

GRUPO 5

2ª proposta

O CONCEITO:

Fragilidade.

Não a fragilidade que conduz à decadência e à morte. Antes (e nos antípodas desta), u ma fragilidade que rege as dimensões da existência humana que mais resistem à morte. Trata-se de uma fragilidade resistente. Explicitando melhor:

Existem inúmero factores que alicerçam o mundo tal como cada de nós o constrói e compreende, que não são da ordem do sólido, do firme, do quebrável.

O intelecto; a vontade; a esperança; a coragem; a memória; as referências tácteis e olfactivas que nos permitem reconhecer objectos, lugares, seres; os sentimentos que unem corações; as ideias que transformam o rumo das vidas; a consciência; o desconforto; a inadaptação; as conversas de alguém já distante, impossíveis de esquecer; a imaginação; a música; a linguagem; a cor das flores caídas no chão à porta desta SNBA; a necessidade de criar...

Tudo isto (apesar das múltiplas intersecções com outras dime nsões de distinta natureza) é da ordem do frágil - não do sólido. O que não impede que a sua densidade possa tornar-se, em muitas circunstâncias, quase palpável. Mais: as suas consequências poderão, certamente, sê-lo.

Procurou-se uma representação material que transmitisse esta condição intrinsecamente paradoxal da fragilidade resistente.
Procurou-se uma imagem que, por um lado, inspirasse extrema precaridade estrutural mas que, por outro lado, surpreendesse pela sua improvável robustez.

A PROPOSTA DE TRABALHO:

Um castelo de cartas invisivelmente unido, instalado sobre um suporte neutro (pensou-se numa das bases brancas utilizadas, por vezes, nas aulas), numa zona exposta à passagem de pessoas (átrio principal ?). Dirigido ao castelo de cartas, seria colocada uma ventoínha em funcionamento.

A ventoínha não simbolizará nem intempérie nem oposição, na medida em que se espera que o castelo resista à deslocação do ar (fragilmente resistente). Pelo contrário, a ventoínha acentuará a (imprevisível) coesão do objecto, reforçando o poder criador e interveniente que a fragilidade humana pode desenvolver.