5/31/2006

GRUPO 3

Proposta 2

Local de Intervenção

Salão do 1º andar. Espaço localizado entre as janelas e a parede amovível do espaço da exposição, formando um corredor de 8m de comprimento, 3m de altura e 95cm de largura.

Proposta

Colocação de letras suspensas de fios de nylon, presos a ripas paralelas ao longo do espaço, as quais ficam apoiadas na parede amovível, de um lado e do outro, na sanca por cima das portas.
As ripas ficarão colocadas a intervalos definidos, distanciando cerca de 80cm.
Essas letras formando palavras, irão introduzir um poema " Não basta abrir a janela " de Alberto Caeiro .
A 1ª fila : Não basta
A 2ª fila : abrir
A 3ª fila : a janela
Será colocada uma figura recortada no meio do corredor por ex.em K-line , simulando estar a abrir a janela do corredor , com a 1ª parte deste poema transcrito na figura.

Fundamento

Espaço escondido onde ninguém circula, convidando o visitante a percorrer esse espaço e a senti-lo.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora ;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse ,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Grupo 3

Proposta 1

Local de Intervenção

Salão do 1º andar. Espaço localizado entre as janelas e a parede amovível do espaço da exposição, formando um corredor de 8m de comprimento, 3m de altura e 95cm de largura.

Proposta

Colocação de 3 paineís de PVC branco, onde estão simuladas portas (aberturas) , colocados paralelamente ao longo do corredor, ficando as portas desencontradas, situadas ou no lado direito ou no esquerdo.Todo o PVC é delineado, assim como a porta, com fita autocolante preta , com cerca de 3cm de largura.
A 1ª porta tem na parte superior e na horizontal, inscrita a frase " Ainda que mal " .
A 2ª porta tem a mesma inscrição, mas também na lateral e verticalmente, a continuação da frase do poema " Ainda que mal " Ex:...pergunte, ...respondas
A 3ª porta tem inscrito o final do poema.

Fundamento

O local de intervenção não sendo convidativo, sugere aperto, desconforto, infinito. Daí a ideia de quebrar estas sensações, levando os visitantes a percorrer e a atravessar o espaço e as portas, sendo por isso obrigados a parar, a ler e a reflectir.

O poema é da autoria de Drummond de Andrade " Ainda que mal "

Ainda que mal pergunte,
Ainda que mal respondas;
ainda que mal te entendas,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes,
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda , assim, pergunto:
me amas?
E me queimando em teu seio,
me salvo e me dano ...
....de amor

GRUPO 2


Nome dos intervenientes: Helena Sobral
Eduarda Gonçalves
Cristina Andrade
João Paulo
Manuela Martins
Christine Araújo


A ) – OBJECTIVO DO TRABALHO

Após demorada visita aos espaços existentes na SNBA, e atendendo às condições exigidas de não alteração da funcionalidade do lugar seleccionado, o Grupo decidiu optar por:

1. Intervir num espaço público da SNBA que esteja
ligado ao conceito de Não-Espaço. A nossa proposta
será ocupar esse espaço, criando e emprestando a uma
representação cromática a ilusão de um tema,
provocando a ilusão do espectador;
2. Valorizar o aspecto cromático e plástico desse
espaço, dizendo coisas com a cor. A cor transmite
prazer e é importante dar às pessoas a percepção
desse prazer;
3. Humanizar e sociabilizar o meio envolvente, criando
laços mais profundos entre os indivíduos e esse
espaço.

B) – MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

Numa reflexão conjunta sobre a selecção de um espaço, optou-se pelo hall de entrada da SNBA, no lado esquerdo, junto aos 3 degraus que conduzem ao pequeno patamar que dá acesso à porta central da sala de Exposições.

O GRUPO DE TRABALHO considerou que esse espaço tem a característica marcante de ser FRIO E CINZENTO, e pouco ou nada convidativo à entrada/permanência de pessoas nesse mesmo local. Consequentemente, concluiu-se ser importante e necessário conferir a tal espaço COR e VIDA, por forma a criar empatia com as pessoas, um certo prazer visual, que nelas promova sentimentos de conforto na sua permanência. Em suma, pretende-se valorizar o espaço numa DIMENSÃO CROMÁTICA.

Por forma a atingir essa valorização, o GRUPO DE TRABALHO decidiu instalar um conjunto de cilindros maleáveis, de várias cores, sobre o espaço escolhido, conjunto esse que ficará assente numa base de espelhos, enquadrados num rectângulo vermelho. Os cilindros, reflectindo-se nos espelhos, criarão movimentos adicionais.
O movimento, tanto forçado como voluntário, cria mudança e resistência. A dinâmica da visão antepõe o movimento à forma. A nossa percepção é instável, altera-se com o Universo que nos rodeia.

C) – EXECUÇÃO DO PROJECTO

Materiais: Cilindros de espuma/borracha, espelhos, placa de MDF, arame,
cola.

Forma: Formas cilíndricas de aproximadamente 1,50 m. de altura, nas
cores primárias e complementares, organizadas em quadrado sobre espelhos assentes num rectângulo de tecido vermelho.


D)- ILUSTRAÇÃO DE APOIO

Elaborou-se um esboço gráfico com recurso a fotografia, do que se pode antever como resultado da intervenção.




GRUPO 4

1. Enquadramento

Os projectos de intervenção a propor, orientados para as instalações da SNBA, estão limitados pela impossibilidade de afectar a funcionalidade actual dos espaços objecto, bem como a sua presente estrutura arquitectónica.

Por outra lado, deverão remeter-se, em termos de localização concreta, às zonas que, mais acentuadamente, se caracterizem como indo ao encontro do conceito de “não-lugares”, de acordo com as ideias expostas pelo antropólogo Marc Augé, desenvolvidas na “Introdução a uma Antropologia da Supermodernidade”, designadamente na vertente espacial de aceleração do mundo contemporâneo.
2. Local de intervenção

Os locais de intervenção que se propõem são as portas das duas instalações sanitárias, situadas à esquerda (masculina) e à direita (feminina), passando do Hall para o salão de exposições principal, e na passagem para o piso inferior.

Em primeira análise, na fase de abordagem ao tema, colocaram-se alguns problemas de ordem técnica, associados às limitações atrás expostas, que afinal, após alguma pesquisa, se revelaram, aparentemente ultrapassáveis.
3. Proposta

Cada uma das portas tem de altura, 198,0 cm., e de largura, 76,5 cm., sugerindo-se a colocação de 2 chapas, cobrindo-as praticamente , de PVC, material bastante leve, com 5 mm de espessura, na parte exterior e suspensas na parte de cima de cada porta, por via de ganchos tipo “pescoço de cavalo”, ligados à placa através de chapa galvanizadas, aparafusados à placa.

Na parte superior da placa seria colado, com bi-adesivo, um espelho, que poderia ter formas diferentes em cada porta, ou não, aspecto ainda em aberto, e a definir pelo grupo. Os espelhos teriam de altura cerca de 56 cm., por forma a restar até ao limite inferior da porta um espaço máximo de 150 cm.

Na parte inferior da placa seria em princípio colada uma fotomontagem de múltiplos corpos (sem cabeça). Numa porta, os masculinos e, na outra, os femininos, estando em aberto a coloração desse suporte fotográfico.



4.Fundamentos

Uma casa de banho pública é por excelência um não-lugar - espaço descaracterizado e despersonalizado, frequentado por seres anónimos – produto da contemporaneidade, sendo o contraponto extremo do lugar identitário, onde por outro lado, avulta o factor isolamento. De modo geral, através dos não-lugares descortina-se um mundo provisório e efémero, comprometido com o transitório e a solidão, neste caso bem expressos.

Um outro ponto de vista interessante é a desagregação das duas instalações em função do sexo, representando uma circunstância extrema e bem clara de especialização funcional e de convenção social que se aceita sem pensar nem reflectir, enquadrável no tema mais abrangente das relações entre os sexos opostos.

A introdução do elemento espelho, à entrada da porta, produz uma ruptura momentânea com a referida despersonalização, conferindo a cada um que se olha uma identidade.

Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo/com mais identidade do que eu?

A reflexão sobre o espelho é igualmente uma reflexão sobre o eu, num tempo em que, segundo Marc Augé, tudo é aceleração. A intensa necessidade de conferir sentido ao mundo aplica-se, também, ao indivíduo, pois este "quer ser um mundo ele mesmo".

Pretende-se estabelecer uma analogia à sociedade e, concretamente, à aceleração do eu. O espelho traduz a paragem e a observância do indivíduo.

Por outro lado, a multiplicidade de corpos remete-nos para o desdobramento, a despersonalização, o anonimato, a proliferação de imagens, em oposição a um só rosto, a um só eu.

5/30/2006

Grupo 5

Local de intervenção em estudo: banco existente no átrio de entrada, situado sob a janela.

Foram as características do local que, num primeiro momento, mobilizaram a nossa reflexão. Por um lado, interessou-nos o facto de se tratar de uma zona de abrandamento inserida num contexto de passagem/distribuição para outras áreas do edifício. Esse abrandamento, por sua vez, convida à observação (por parte de quem se senta no referido banco) dos que se movem naquele espaço. Promovendo estados de espera, de recolhimento, de silêncio, de repouso, este espaço recoloca o passante agora sentado num outro plano da acção.

Pensando, pois, nesta dicotomia movimento/pausa e no modo como contribui para a identificação de uma dinâmica observador/observado (sempre fluida e reversível, é certo), propõe-se uma tentativa de inversão do sentido desta mesma relação, a saber: transformar o sujeito observador em objecto de observação.

E se partimos da assunção de que é o espaço um dos configuradores desta relação (observador/observado), será pela alteração das características do próprio espaço que a mesma se transformará.

A concretização de tal intenção passaria pela instalação de uma moldura de grandes proporções (as medidas e materiais serão especificados numa fase seguinte) em torno do banco (emoldurando-o), sem comprometer a sua funcionalidade.

Espera-se que o banco continue sendo um banco.
Espera-se que os frequentadores do átrio continuem a sentar-se nele.
Mas espera-se que os passantes tomem consciência da existência do banco.

Chegados a este ponto, parece-nos que uma outra questão surge (talvez até mais releva nte), e que se prende com o fenómeno da nomeação, esse processo que resgata o objecto da sua (in)visibilidade prosaica e o devolve a uma visibilidade no imaginário (não sei se a questão se pode apresentar nestes termos).

Interrogamo-nos, a propósito desta intervenção: estaremos, na realidade, a acrescentar alguma coisa ao espaço (e seus intervenientes) de que ele não dispônha à partida?
Será que falta alguma coisa ao mundo para se tornar quadro?
Ou o que se modifica é a predisposição do olhar?
Será a circunstância condição imprescindível para a contemplação distanciada do mundo? Para a visibilidade dos seres e das formas?

5/29/2006

Grupo 7

Lugar da Intervenção

Pretende-se intervir no patamar situado entre o salão e o átrio de entrada.
Neste patamar existem duas bases de pedra que ladeiam o acesso ao átrio.
É sobre estas bases que se situará a intervenção.
Segundo Marc Augé "...os lugares e os não-lugares, amaranham-se, interpenetram-se. A possibilidade do não-lugar nunca está ausente seja de que lugar for. O regresso ao lugar é o recurso de quem frequenta não-lugares...Lugares e não-lugares opõem-se (ou chamam-se) como as palavras e as noções que permitem descrevê-los"
Trata-se de um lugar onde as pessoas param, se sentam e convivem, constituindo assim um lugar inserido num não-lugar.


Proposta

Pretende-se colocar uma almofada de cimento sobre cada uma das bases.
As almofadas serão de dimensões ligeiramente superiores à base de pedra e com aspecto volumoso e confortável.
Pretende-se com esta proposta realçar a utilização deste lugar, e simultâneamente, o facto das pessoas não o ocuparem durante um grande período de tempo, também associado ao desconforto da pedra.

5/28/2006

2º Ano - Grupo 6
Proposta A – “Figuras”
As condições pragmáticas indicadas para os projectos foram claras na necessidade de manter a funcionalidade, não danificar e nos circunscrevermos a espaços incaracterísticos, não-identitários.
Da visualização e análise da SNBA, sua vocação, história e vida diária, surgiram-nos as reflexões que, mais tarde, consubstanciámos com os textos de Marc Augé, dos que por ele foram inspirados e dos que dele discordam, como Peter Merriman.
Marc Augé, no seu livro, “ Non Places – Introduction to an anthropology of supermodernity”, defende que a supermodernidade cria não-espaços. “A principal característica da supermodernidade é o excesso, pelo que os não-espaços serão porventura resultados subsidiários de excesso de tempo, de espaço e de ego. Assim a supermodernidade seria criada pela lógica do excesso.”
Nos lugares de passagem, que servem o propósito simples de conduzirem a outros, esses identitários, pessoas passam, solitárias, sem a eles associarem nada, nem se encontrarem: ‘… a communication so peculiar that it often puts the individual in contact only with another image of himself.’ É referência recorrente, dos diferentes autores, o eterno caminhar por não-lugares do filme Paris-Texas, numa solidão sem fim numa paisagem de auto-estradas desoladas.
Vários artistas têm procurado intervir nestes espaços sem identidade, como estações de metro, aeroportos, passagens subterrâneas, contribuindo para a mudança de uma paisagem humana anódina, sem rosto nem nome.

O nosso grupo optou por apresentar, assim, dois projectos que interviessem em 2 áreas onde, sem características identitárias, alunos, professores, artistas passam, mas que permanecem na rota da não-identidade. Pretendemos, assim (Teresa, aqui os teus textos têm que ser inseridos) conferir-lhes a simbologia da vida que têm acompanhado.

No espaço das escadas de acesso às salas de aulas, pretendemos colocar entre 3 a 5 figuras em tamanho real, bidimensionais, mas em interacção, com realce para o cromatismo na parte correspondente às costas, não comum numa figura humana, mas sim nas paletas várias. Esta opção decorre da parca iluminação desta área. Estas figuras representam aqueles que, em busca da expressão estética, não se limitam a passar, mas aí também trocam ideias, afectos e se reconhecem.
As figuras serão baseadas em fotografias feitas na aula, com pessoas reais (com a sua permissão) e apostas a uma superfície dura que as permita ou suspender (preferível por mostrar o movimento) ou prender às escadas (corrimão) com fios invisíveis.




2ºAno – Turma B
Projecto B – “Dar ouvidos às paredes”

O espaço de intervenção será uma parte a identificar do átrio da escola SNBA.

Este espaço caracteriza-se por ser um local de passagem, idêntico a tantos outros com caracteristicas padronizadas de um "não lugar". As pessoas que o cruzam, e que aí se cruzam, não dão por ele, não o sentem. É um espaço "entre".
A nossa intervenção pretende conferir ao átrio um sentido, resgatá-lo do limbo a que está condenado um "não lugar".

Ao interagir com os outros, viajantes desse espaço de passagem
pretendemos que eles se demorem e sintam/pensem e se coloquem questões:
. Um espaço cria uma identidade resultado de quem o habita?

. Diz-se " as paredes têm ouvidos". Conversas, desejos, projecções, angústias, exaltações humanas ficarão presas nos espaços?
. Mas, poderá existir um tempo em que as paredes ”vomitam” o que não é seu?

. Terá o ser humano necessidade de projectar no espaço identificado por si, a quem atribui um sentido, qualidades humanas?
Estas ou outras. Tanto faz. Desde que se questionem, procurem um/vários sentidos teremos ajudado a quebrar a indiferença. E é isso que consideramos importante.

Propomos a colocação de várias orelhas de cerca de 18 cm altura tamanho que serão coladas numa das paredes do átrio (a identificar), a espaçamentos iguais e fixadas utilizando ventosas ou um material que não deixa qualquer vestígio quando se retira.

Posteriormente, serão cortadas tiras de papel de jornal impresso de cerca de 2-3cm de largura, coladas até se obter 3 a 4 metros de extensão; 4 a 5
destas tiras sobrepostas para as fixação no orifício da orelha, afastadas à saída, caindo e amontoando-se um pouco no chão.

5/23/2006

Novo ano, novos trabalhos

Organização dos grupos de trabalho:


GRUPO 1
Eduarda Azevedo
Adosinda Ferreira
Isabel Sousa
Rita Teixeira
Manuel Alexandrino
Mª João Azevedo

GRUPO 2
Helena Sobral
Eduarda Gonçalves
Cristina Andrade
João Paulo
Manuela Martins
Christine Araújo

GRUPO 3
Carmo Loureiro
Fátima Bandeira
Hermínia Matos
Mª Júlia Vidal
Manuela Santos
Mª José Paixão

GRUPO 4
Victor Alexandre
Luísa Cabrita
Israel Cohen
Manuela Carreiro
José Manuel Martins
Ana Guerreiro
Marta Videira

GRUPO 5
José Nunes Carlos
Patrícia Vidigal
Concépcion Garcia
Tania Calinas
Mª José Amorim
António Lopes

GRUPO 6
Luísa Alves
Natália Azevedo
Teresa Peres
Rosana Jorge
Cecília Duarte Moura
Albertina Flores

GRUPO 7
Francisco Alves
Ana Baptista
Filomena Santiago
Ricardo Pais
Hugo Ventura